As Mangas Japonesas são distintas das sua correspondentes Ocidentais nas seguintes características.

Predominância da Produção em Massa dos Periódicos

É muitíssimo raro no Japão uma Manga ser escrita para publicação no formato livro. Por regra geral elas são numa primeira fase publicadas por capítulos periódicos de vinte a vinte e três páginas e subsequentemente compiladas num livro. Devido a serem originalmente publicadas em revistas, elas tendem a serem a preto e branco. Os trabalhos mais populares podem ser produzidos em massa por vários anos que à posteriori são relançados em dúzias de volumes em livros.

A Divisão do Publico Alvo por Idade e Sexo

A Manga Japonesa pode ser dividida nas seguintes categorias dependendo da idade do publico alvo da revista em que elas aparecem. A primeira categoria inclui as revistas infantis (Yonenshi), revistas de adolescentes (Shonensi), e revistas para "jovens" (Yangushi, também conhecidas como Seinnenshi) que atraem leitores nos seus últimos anos de adolescência até aos leitores com 29 anos, mais ou menos. O segundo grupo inclui revistas para adultos (conhecidas como Seinenshi, a que seinen refere-se a adultos mais que a jovens, ou Otonashi) que são intencionadas para uma audiência madura sem um limite de idade. A Manga destinada a mulheres são consequentemente divididas por idade em Manga para jovens-senhoras ou meninas (Shojoshi) e Banda Desenhada de "Senhoras" ( conhecidas de acordo com a pronunciação Japonesa do Inglês "Ladies" ou "Redizu"). A Manga destinadas ao sexo feminino são marcadas pela sofisticação da descrição de personagens e uma gramática e sintaxe de vinhetas distintas.

Sofisticação Narrativa

A chamada Sutoirii-man, ou Manga Narrativa, está muito mais desenvolvida no Japão que as Comics ou Bandas Desenhadas, alcançando um nível de sofisticação que frequentemente justifica a comparação com o cinema. Enquanto o principal elemento de composição no cinema é o corte (ou articulação), na Manga esta função é desempenhada pela vinheta, ou Koma. A sintaxe da composição da Koma é muitíssimo sofisticado, tornando possível uma visualização da narrativa de forma fluida. Enquanto a narrativa da B.D. ocidental tende a ser mais orientada para o tema, a Sutourii-man Japonesa privilegia o desenvolvimento de personagens. Na Manga Japonesa o tema torna-se aparente através das palavras e actos dos personagens de tal forma que o leitor envolve-se com o tema através do processo psicológico de identificação com os protagonistas. É o sucesso deste método que é responsável pela extraordinária popularidade das Mangas.

Termos

A B.D. no Japão é referida como Manga. Um certo complexo de inferioridade com o Ocidente resultou numa tendência entre muitas editoras para a utilização do termo Komikku, a versão japonesa para o Inglês "comic". Mas, este termo não é vulgarmente usado pelos leitores no Japão, que de uma forma geral usam o Japonês, Manga. Embora usualmente empregado na escrita fonética Japonesa conhecida como Katakana, a palavra é na verdade composta de dois Ideógrafos Chineses que significam "imagens" "divertidas/brincalhonas" (ou "caprichosas") e originalmente referidas como imagens satíricas ou inteligentes. Mas, o dramático desenvolvimento da Manga moderna que começou nos últimos anos dos anos 60 trouxe uma expansão nos temas para além da sátira ou comédia. De forma a conter esta ampla variedade temática é que o termo começou a ser escrito na escrita fonética para evitar as estreitas implicações com os ideogramas Sino-Japoneses. No Ocidente, as Mangas Japonesa são referidas normalmente usando o termo original Japonês escrito em letras Românicas em ordem as distinguí-las como um género único e importante.

As tendências na Manga Japonesa

Pinturas de género Satírico e Humorístico podem ser observadas no tempo no Japão desde o século doze. O artista do principio do século dezanove Hokusai era particularmente hábil na produção deste tipo de trabalho. Com o estabelecimento de um estado moderno em 1868, o Japão também assistiu ao desenvolvimento dos média de massa modernos incluindo jornais e revistas que continham Mangas. Porém, o avanço mais significativo nesta forma de arte deu-se depois da segunda Guerra Mundial. Assim, a Manga que conhecemos hoje é na realidade Manga após Guerra. Ela têm uma história de meio século.

A Manga contemporânea têm as suas origens num génio singular - aquele de Osamu Tezuka. Em 1974 Tezuka pegou na obra de Louis Stevenson: A Ilha do Tesouro - como inspiração para uma versão em Manga intitulada: A Nova Ilha do Tesouro - publicada no formato de livro. Apesar da condição económica miserável do imediato após Guerra e a quase dissipação da Industria Editorial, este trabalho tronou-se num sucesso imediatamente, vendendo 400,000 copias. Na altura Tezuka era um jovem estudante de medicina com nos seus dezanove anos. A Nova Ilha do Tesouro continha os sementes de uma nova sintaxe para as Mangas e teve um enorme impacto na nova geração de artistas de Manga. O próprio Tezuka continuou a produzir Manga até á sua morte em 1989, tendo sido autor de trabalhos tão populares como o Astro Boy.

A década a seguir á guerra viu a emergência de um vasto numero de artista de manga para além de Tezuka, criando um verdadeiro Boom de Manga. De qualquer forma, a Manga era ainda identificada como um género para crianças. Aqueles que cresceram a ler Manga não foram capazes de parar o hábito depois de terem atingido a maturidade. Esta era a geração pós-guerra , a geração Manga. Na sua estima pela manga, os membros desta geração vieram a experimentar uma quebra irreparável com os seus antecessores. Nos finais dos anos 60 a geração Manga tinha se tornado em estudantes universitários e a Manga contemporânea chegava agora a um ponto crucial de transformação. A esta altura começou a surgir Manga que satisfizesse a as exigências de entretenimento arte dos estudantes universitários. O ascendente movimento dos estudantes abraçaram este novo média emergente e no processo, A Manga Japonesa torno-se na Manga moderna de hoje.

Cerca de 1980 a técnicas de Manga começaram a revelar um maior nível de sofisticação e as revistas de Manga adquiriram um fôlego e diversidade que ainda hoje mantêm. A Mangas dos nossos dias emergiu como um média visual virtualmente omnipotente, abrangendo formas de entretenimento desde livros de piadas até melodramas e Ficção cientifica, trabalhos literários desde romances até á narração de viagens, e manuais para propósitos educacionais e didácticos. Como tal, eles vieram a ser apreciados por pessoas de todos os géneros e vivências.


 

 

 

 

 

 

 

CONTINUAÇÃO